sábado, 28 de novembro de 2009

Sem Você - Poema

Esta é apenas mais uma declaração,
Uma declaração comum e indiretamente objetiva.
Eu penso que talvez você entenda as palavras que eu escrevo,
Espero que você saiba que é tudo pra você ler.

Toda essa declaração de amor, essa canção,
Mostrando o quanto você me cativa.
Minhas mãos suam, meu coração dispara quando te vejo,
Mas parece que você está demorando perceber.

Qualquer dia eu tomo coragem e abro meu coração,
E quem sabe eternamente comigo você viva.
Enquanto as horas passam e cada vez mais aumenta meu desejo,
Procuro alguma forma de tentar fazer você saber...

Saber o quanto te amo, o quanto você me faz crer,
Que minha vida não é nada sem seus olhos para me olhar,
Sem suas mãos para me tocar,
Sem seus lábios para me beijar...

/joãovictor - 28/11/09

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Eu sei...

Eu Sei...
Eu sei o que você pensa,
Eu sei o que você sente,
Eu sei o que você quer,
Eu sei quando você mente.

Eu sei...
Eu sei o que você fala,
Eu sei quem você chama,
Eu sei do que você gosta,
Eu sei que você me ama.

Eu sei...
Eu sei quando quer parecer dificil,
Eu sei que você sabe quando estou chateado,
Eu sei quando pensa em mim,
Eu sei que me quer ao lado.

Eu sei...
Eu sei quando me espera,
Eu sei onde vai estar,
Eu sei quando quer me beijar,
Eu sei quando vai voltar.

Eu só não sei por que me faz sofrer,
Por que faz de mim tão pouco,
Por que me faz chorar,
Por que me deixa louco.

Não sei mais o que você pensa,
Não sei mais o que você sente,
Não sei mais do que você gosta,
Não sei mais quando você mente.

Não sei mais como te conquistar,
Não sei mais como te falar,
Não sei mais o que vou fazer,
Não sei mais não saber te amar...

João Victor / 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

A Sala - Conto

Ambos se contemplavam a alguns minutos em silêncio, pela décima vez os dois olhavam-se sem dizer absolutamente nada, de uma forma significativa. Seus olhos pareciam incendiar no calor dos olhares que revelavam sem dizer absolutamente nada.
Ambos sabiam que ambos queriam, olhavam tão profundamente em seus olhos que não havia como esconder, de nenhuma forma, em nenhuma hipótese.
A sala não conseguia esconder com silêncio o que seus corações gritavam com ardor e paixão, era algo inexplicavelmente caloroso, mas ninguém cedia.
De alguma forma havia uma barreira entre os dois, uma barreira que nenhum dos dois ousavam ultrapassar, mesmo sendo os seus desejos mais profundos, os seus maiores desejos!
Uma palavra:
- Oi...
Quebrou o silêncio, mas foi algo estranho, tanto tempo em silêncio, os olhares se desviaram, parecia não ter alternativa.
- Por que está me olhando assim? - Pensou. Ainda era cedo para se declarar, ninguém sabia a reação do outro dentro daquela sala, ou sabiam, mas tinham medo de estarem enganados...
Durante a tarde, volta e meia os dois se olhavam profundamente para saber algo, algo que nem eles mesmos sabiam.
- É uma situação constrangedora.
- Como?
Só continuou olhando nos olhos de seu amor, viu alí que ela sentia o mesmo. Mas não existia possibilidade de uma confissão, pois poderia ser muito frustrada.
Apenas sorriu, não adiantaria nada falar sequer uma palavra, poderia estragar tudo. Pensavam o que fariam se tudo que pensavam fosse mentira, se nada disso fosse o que pensavam, mas estava tão visivel aquilo, estava tão claro, nítido, inconfundível...
Pensou em uma palavra, uma palavra que descrevesse tudo, uma palavra que desse inicio a alguma ação muito desejada pelos dois, pensou mais, sem desviar os olhos um do outro, pensou mais e mais, e com a voz baixa e rouca, mostrando o seu amor verdadeiro, disse:
- Te amo!
Levantou-se de seu assento e encostou seu rosto na pessoa que o fez chorar tantas noites, com seus rostos quase colados, olhando bem em seus olhos, mais profundamente do que nunca haviam se olhado, resolveu repetir:
- Te amo, e não consigo mais esconder!
Seus lábios foram se encostando pouco a pouco, dessa vez o medo era constante, mas a felicidade tomava o lugar do receio. Era um momento dos que os dois gostariam de congelar para sempre, até o fim de seus dias...
- Por que está me dizendo isso?
Os lábios ainda estavam indo ao encontro um do outro, em um desejo incontrolável.
- Não diga nada, não estrague tudo.
Apenas sorriu e a beijou, e com o beijo vieram as provas de que ambos eram apaixonados um pelo outro, e que alí se mostrava a mais linda forma de amor. Um amor inexplicavel, ainda se beijavam, sem querer parar. Talvez tivessem medo do que pudesse vir depois do beijo, então resolveram não ter medo, apenas se beijaram, era o nascimento de mais uma história de amor como muitas, mas com uma diferença, era um amor que não se podia medir ou se repetir. Era mais que um amor, eram duas vidas em um ser só!

João Victor / 2009

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Conto: O Escritor Melancólico

Derramei algumas vezes lágrimas sobre algumas de minhas obras que escrevi em meio a tempos de turbulência em minha vida, tempos que eu sei que não voltaram mais, e eu agradeço por isso.
Talvez não fosse um bom escritor se essas lágrimas não tivessem molhado os textos que demorei tanto para escrever, quando as pessoas que eu mais amava se foram, quando o mundo parecia ter me virado as costas. Eu apenas sentava em minha cadeira velha de madeira, apanhava minha pena e escrevia meus maiores textos perversos e bucólicos. Junto deles minhas lágrimas molhavam as inúmeras páginas de minhas obras, escrever se tornou meu refúgio, minha vida, minha dor...
Já não sei mais quem sou eu, em meio a tantos textos, alguns inacabados. Agora lembro das passagens de minha vida toda ao entrar no pequeno cômodo onde guardo todas aquelas folhas velhas e amassadas, borradas de tinta, palavras de cada uma delas são retratos de toda minha vida frustrada e melancólica, talvez tivesse de ser menos incrédulo na vida, me sinto sozinho agora, ando nas ruas e não aceno à ninguém, hoje apenas espero o sopro gelado da morte vir me buscar, mas enquando ele não chega, continuo escrevendo, quem sabe algum dia alguém encontre e saiba o homem que fui...
Exemplo para alguns, desgosto para muitos. Este sou eu hoje, construi minha vida de acordo com o que eu acreditava e queria, meus objetivos eram incertos e ninguém nunca sabia o que se passava pela minha mente. Hoje já não é tão dificil olhar para mim e descobrir o que fui, e o que sou.
O que fui? Não sei, talvez uma espécie de fracassado que buscou refúgio em páginas escritas por ele mesmo, com o decorrer dos tempos os orvalhos secaram e eu continuei alí, frio, insensível, incrédulo, insensato...
O que sou? Hoje não passo de um escritor, também fracassado, que escreveu obras de sua vida, da qual não se orgulha, mas dizem que os melhores romances são aqueles que terminam com finais infelizes. Então fecharei meus olhos, e na melancolia de minha solidão, esperarei alguém me encontrar já frio. Abro agora um vidro com alguns comprimidos para dormir, adeus, essas são as últimas frases de um escritor frustrado, triste, melancólico...
E se alguém achar minhas obras, por favor, guarde em um baú e faça com que minha história atravesse séculos a frente.
Junte as folhas, reescreva, dê o seu nome à obra, mas não se desfaça, não me esqueça como os outros me esqueceram, eu não suportaria...
João Victor / 2009

sábado, 28 de março de 2009

Conto: O Vento


Era uma tarde de outono, onde crianças brincavam nos parques, idosos liam jornais nas praças, casais levavam seus filhos para dar comida aos cines do lago. Todas as famílias pareciam felizes em um dia como aquele, todos sorrindo, se divertindo, namorando e fazendo tudo que pessoas felizes fazem no dia de domingo à tarde. E neste mesmo domingo Verônica esperava em uma cama de hospital sua hora de morrer, era uma moça jovem, bonita, alegre. Porém, a vida não lhe permitira ficar um pouco mais para terminar de viver o que tinha de viver. Aliás, talvez esperasse sua hora de partir por que não havia mais nada para ela viver aqui na terra, talvez fossem seus últimos momentos por que ela já havia feito o que viera fazer. Apesar de serem as últimas horas de Verônica, ela ainda pensava em muitas coisas, coisas que ela havia feito, dito. Algumas coisas que ela mudaria se pudesse voltar atrás, outras que mesmo que pudesse não mudaria. Sua vida estava acabando ali, naqueles últimos momentos, nada mais poderia ser feito, o filme de sua vida passava em suas lembranças rapidamente como uma folha que escapa da arvore e corre ao vento na direção em que ele levá-la. Verônica adoraria naquele momento ser levada pelo vento, se sentir leve, sem pecados, sem remorso ou desgosto, queria ser apenas uma folha, que é frágil e que escapa do seu galho com o sopro do vento que lhe trás uma nova jornada, um novo caminho para seguir, um caminho de altos e baixos, de dores e alegrias, de perverso ódio e de profundo amor. Talvez ela se comparasse no momento com uma folha de outono que cai da arvore e segue para onde o vento levar, ela era uma folha, que deixou o vento levá-la para qualquer lugar, mais acabou caindo em lugares escuros, sujos, sem vida. Agora estava ela ali, no leito de um hospital qualquer do centro da cidade, sendo ajudada pela única pessoa que não desistiu dela, que não a deixou sozinha. Talvez esse seja o mal da humanidade, pessoas que dão as costas a alguém que errou, não lhe dão chances de tentar mudar, de tentar ser uma pessoa melhor. Homens que querem fazer justiça e acabam puxando seu próprio tapete pelo simples fato de serem severamente preconceituosos com pessoas que erram. Quem não é perdoado e não tem a chance de mudar, se remói em mágoa e ódio, tornando-se pior. Verônica, uma mulher que não teve a chance de mudar e se tornar uma pessoa melhor, mais enfrentou obstáculos e ainda sim mudou, mesmo sem a chance. Lutou para mudar e conseguiu, mais mesmo assim ali estava ela, numa cama, contando os minutos para a sua morte. O que é a vida se não uma força implacável que não permite ações sem reações, erros e acertos sem conseqüências? Quisera Verônica poder voltar no tempo e não ter feito o que fez, agora estava pagando pelos seus atos, e tinha que aceitar, pois essa é a vida! Agora era tarde de mais para tentar concertar erros do passado, agora tudo já havia se tornado nada mais que uma folha ao vento, não era possível resgatá-la, só vê-la voar até onde o vento a levasse. Atos são como folhas secas, não há possibilidade de torná-las verdes e bonitas novamente, uma vez secadas, ficaram assim para todo o sempre, até se decomporem. Verônica era uma folha seca no meio de lembranças verdes e bonitas, outras nem tão verdes, nem tão bonitas. Mais agora já não importava mais as lembranças, eram apenas lembranças, nada mais do que lembranças. Agora a lua já iluminava o quarto onde ela ficara tanto tempo internada, era uma pena que sua vida iria se acabar ali, ninguém disse que ela morreria ali, mais ela tinha certeza. Ela sentia a morte ao seu lado contando os minutos para levá-la, um calafrio gelado e arrepiante. As arvores batiam lá fora com o vento que soprava, um barulho relaxante, Verônica não dormia a algum tempo, ficava sempre preocupada com o que poderia acontecer, mais agora sentira uma leve paz no coração, como quando era menina, gostava de deitar na rede e ouvir o canto dos pássaros para dormir. Seus olhos foram se fechando, o sono tomava conta de Verônica, suas pálpebras pesavam cada segundo mais, a preocupação de Verônica deu lugar para uma paz imensa e de certa forma uma estranha felicidade, uma felicidade imensa que tomava conta do seu ser, do seu corpo, da sua alma. Era como se estivesse sonhando e acordasse no meio da noite com os olhos ainda pesados, quisera Verônica que fosse mesmo um sonho, um sonho que agora acabaria. Ela poderia levantar e se dar conta de que todo sofrimento que ela havia passado na verdade era apenas um sonho, um sonho ruim, um pesadelo. O vento continuava a soprar, a janela de vidro balançava fazendo um pequeno barulho, um barulho estranhamente gostoso de escutar. Por fim, Verônica, a menina que errou e não teve nenhuma chance, mais ainda sim mudou para melhor, fechou os olhos para descansar eternamente.


João Victor / 2009

quinta-feira, 26 de março de 2009

Onde mora a felicidade? - Poema

Personalidades tão diferentes conseguem se encontrar,
É algo que não se pode prever, ou evitar.
Não importa quantos dragões tenha que você enfrentar,
Uma flor não perde sua beleza por causa de seus espinhos.

Não viva uma mentira para agradar alguém que,
Espera de você, mais doque você pode dar.
Saiba que não será feliz mudando a opinião das pessoas,
Sabendo que você não está bem consigo mesmo.

O amor que passa volta muitas vezes,
Mas cabe a você, apenas a você, abrir a porta e deixá-lo entrar.
Onde mora a felicidade?
A felicidade mora logo após à dor, à incansável luta, logo após a derrota.

E não se esqueça jamais, você é muito mais do que você pensa que é.

João Victor / 2009

quarta-feira, 25 de março de 2009

Uma Crônica Qualquer

Quando me sinto inspirado, deixo-me levar em algo incrédulo, imprevisível. Não sei se é algo que no meu subconsciente talvez eu já pensasse em escrever, mais é algo que no final das contas mostra tudo que eu estou sentindo de uma maneira indireta. Uma estória que pode se tratar de uma história que eu vivi, de maneira diferente, mais o que sentiu-se em ambos os textos sempre serão iguais, sempre? Pra que se preocupar em mostrar o que você sente de maneira indireta, se é tão mais facil mostrar de maneira direta?!
Talvez o que eu esteja escrevendo aqui agora expresse verdadeiramente o que estou sentindo, mas talvez isso não passe de mais uma crônica qualquer...

João Victor / 2009