segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Eu sei...

Eu Sei...
Eu sei o que você pensa,
Eu sei o que você sente,
Eu sei o que você quer,
Eu sei quando você mente.

Eu sei...
Eu sei o que você fala,
Eu sei quem você chama,
Eu sei do que você gosta,
Eu sei que você me ama.

Eu sei...
Eu sei quando quer parecer dificil,
Eu sei que você sabe quando estou chateado,
Eu sei quando pensa em mim,
Eu sei que me quer ao lado.

Eu sei...
Eu sei quando me espera,
Eu sei onde vai estar,
Eu sei quando quer me beijar,
Eu sei quando vai voltar.

Eu só não sei por que me faz sofrer,
Por que faz de mim tão pouco,
Por que me faz chorar,
Por que me deixa louco.

Não sei mais o que você pensa,
Não sei mais o que você sente,
Não sei mais do que você gosta,
Não sei mais quando você mente.

Não sei mais como te conquistar,
Não sei mais como te falar,
Não sei mais o que vou fazer,
Não sei mais não saber te amar...

João Victor / 2009

sábado, 22 de agosto de 2009

A Sala - Conto

Ambos se contemplavam a alguns minutos em silêncio, pela décima vez os dois olhavam-se sem dizer absolutamente nada, de uma forma significativa. Seus olhos pareciam incendiar no calor dos olhares que revelavam sem dizer absolutamente nada.
Ambos sabiam que ambos queriam, olhavam tão profundamente em seus olhos que não havia como esconder, de nenhuma forma, em nenhuma hipótese.
A sala não conseguia esconder com silêncio o que seus corações gritavam com ardor e paixão, era algo inexplicavelmente caloroso, mas ninguém cedia.
De alguma forma havia uma barreira entre os dois, uma barreira que nenhum dos dois ousavam ultrapassar, mesmo sendo os seus desejos mais profundos, os seus maiores desejos!
Uma palavra:
- Oi...
Quebrou o silêncio, mas foi algo estranho, tanto tempo em silêncio, os olhares se desviaram, parecia não ter alternativa.
- Por que está me olhando assim? - Pensou. Ainda era cedo para se declarar, ninguém sabia a reação do outro dentro daquela sala, ou sabiam, mas tinham medo de estarem enganados...
Durante a tarde, volta e meia os dois se olhavam profundamente para saber algo, algo que nem eles mesmos sabiam.
- É uma situação constrangedora.
- Como?
Só continuou olhando nos olhos de seu amor, viu alí que ela sentia o mesmo. Mas não existia possibilidade de uma confissão, pois poderia ser muito frustrada.
Apenas sorriu, não adiantaria nada falar sequer uma palavra, poderia estragar tudo. Pensavam o que fariam se tudo que pensavam fosse mentira, se nada disso fosse o que pensavam, mas estava tão visivel aquilo, estava tão claro, nítido, inconfundível...
Pensou em uma palavra, uma palavra que descrevesse tudo, uma palavra que desse inicio a alguma ação muito desejada pelos dois, pensou mais, sem desviar os olhos um do outro, pensou mais e mais, e com a voz baixa e rouca, mostrando o seu amor verdadeiro, disse:
- Te amo!
Levantou-se de seu assento e encostou seu rosto na pessoa que o fez chorar tantas noites, com seus rostos quase colados, olhando bem em seus olhos, mais profundamente do que nunca haviam se olhado, resolveu repetir:
- Te amo, e não consigo mais esconder!
Seus lábios foram se encostando pouco a pouco, dessa vez o medo era constante, mas a felicidade tomava o lugar do receio. Era um momento dos que os dois gostariam de congelar para sempre, até o fim de seus dias...
- Por que está me dizendo isso?
Os lábios ainda estavam indo ao encontro um do outro, em um desejo incontrolável.
- Não diga nada, não estrague tudo.
Apenas sorriu e a beijou, e com o beijo vieram as provas de que ambos eram apaixonados um pelo outro, e que alí se mostrava a mais linda forma de amor. Um amor inexplicavel, ainda se beijavam, sem querer parar. Talvez tivessem medo do que pudesse vir depois do beijo, então resolveram não ter medo, apenas se beijaram, era o nascimento de mais uma história de amor como muitas, mas com uma diferença, era um amor que não se podia medir ou se repetir. Era mais que um amor, eram duas vidas em um ser só!

João Victor / 2009